quarta-feira, 21 de julho de 2010

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Sentei-me bem na beirada e fiquei olhando lá pra baixo até me assustar com um leve movimento ao meu lado. Me impressionei com tamanha graça e beleza. Ele parecia um anjo, talvez até fosse. Eu nunca fui uma pessoa muito crente, mas é como se naqueles últimos momentos a minha mente tivesse se aberto a toda e qualquer possibilidade.
— Qual seu nome?
— Castiel.
— O que é você, Castiel?
Eu não pude deixar de perguntar. Sabia que não podia ser humano. Ele simplesmente havia aparecido ao meu lado, feito mágica.
— O que você imagina que sou?
— Não sei ao certo. Um anjo, talvez?
Percebi que ele estava descalço, assim como eu. Balançando os pés justamente como eu estava fazendo.
— O que faz aqui, Castiel?
— Algo me trouxe aqui.
— Como acha que vai ser? — Perguntei olhando lá pra baixo.
Ele me olhou por um momento, me estudando.
Talvez não precise ser.
— Para que veio aqui? Se foi para tentar me impedir, digo que perdeu sua viagem.
— Não, na verdade eu até pularei com você.
— Onde estão as suas asas?
— Elas não são necessárias agora.
— Ah, eu gostaria de ter asas.
— Asas te dão a leveza do vôo, mas você não imagina o peso que é preciso carregar nos ombros.
— Sabe, eu já carrego um peso sem ao menos ter asas.
— Entendo. E seria esse o motivo de estar aqui?
— Certamente.
— Milagres não existem, sabe?
— Não espero por um.
Ele sorriu por um momento.
— Sabe, Castiel, não sei quanto a você, mas eu já vou indo.
E pulei.

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